“’Peito para frente e barriga para trás’, diz o sargento, quando quer dizer que você deve fazer isso, que isso não acontece naturalmente. No momento em que você se obriga a manter uma postura desse tipo, você descobre que nem tudo está bem em seu mundo. Você mostra ao mundo que sua estrutura e sua postura estão em guerra.” (Ida P. Rolf, “Rolfing: a integração das estruturas humanas”)
Quem já não sentiu a necessidade – em diferentes momentos da vida – de “melhorar sua postura” para sentir-se melhor em seu corpo, com mais conforto e menos dores ou tensões? Para tanto, fazemos várias tentativas, como monitorar nossa coluna para mantê-la mais ereta, abrir os ombros para trás e colocar o peito para frente, enrijecer nosso tronco travando os joelhos para trás para nos sentirmos mais “firmes”, e assim por diante. Isso é o que a Dra. Ida Rolf chama de “fazer” algo, ou seja, contraímos e tensionamos alguma parte do nosso corpo na tentativa de melhorar sua organização. A intenção é boa, porém, a estratégia não é eficaz: porque não é sustentável (aciona uma camada da nossa musculatura – a mais superficial – que não foi feita para essa função tônica-postural e, portanto, não consegue manter essa posição por longos períodos de tempo, além de não conseguirmos manter o foco da nossa atenção 100% do tempo no nosso corpo, então, assim que nos distraímos com alguma outra coisa, nossa “postura” se desfaz) e acaba criando mais camadas de tensão, compensação e desorganização no corpo.
Que outro caminho existe, então, para melhoria da organização e alinhamento do nosso corpo? O caminho da “estrutura”, isto é, a relação entre os vários segmentos do nosso corpo entre si (cabeça, tórax, tronco e membros que, por sua vez, são compostos pelo crânio, vértebras, ossos pélvicos, etc.), em seu envoltório miofascial de sustentação, e deste todo com a gravidade. Uma imagem que a Dra. Ida Rolf utilizou para ilustrar a organização do homem é a de um conjunto de blocos dentro de um saco elástico bem fino. Se os blocos estão desorganizados dentro deste envoltório (juntamente com a ação da gravidade), é criada uma tensão no saco elástico para sustentação do conjunto de blocos. Por outro lado, quando os blocos estão empilhados verticalmente, com seus centros de gravidade uns sobre os outros, o arranjo será estável, sem tensão no envelope elástico. Então, ao invés de buscar um alinhamento “de fora para dentro”, por meio de novas tensões e compensações que tentam “segurar o corpo no lugar certo”, ele é alcançado “de dentro para fora”, através do reencontro do eixo vertical, que corresponde ao alinhamento dos centros de gravidade dos vários segmentos do corpo, que o próprio corpo vai reconhecendo naturalmente como “seu lugar” e onde, cada vez mais, ele busca ficar, sem esforço.
Esse caminho da "estrutura" é o caminho utilizado no Rolfing® IE para um maior bem-estar no próprio corpo: um processo que possibilita a cada indivíduo reencontrar de forma sustentável níveis crescentes de equilíbrio e alinhamento do seu corpo na gravidade – seu eixo – por meio da integração de suas estruturas. Um caminho para nos sentirmos novamente "em casa" em nosso corpo.
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